SOMOS MUITOS... Uns como civis, outros militares, de todos os continentes e cores, feitios,e ideologia , de um lado ,de ambos, ou do outro lado da barricada, ou de nenhum dos lados... Este é o espaço de todos os que em algum tempo da sua vida comungaram passageiramente, ou enraizadamente do solo e cultura do ex-ultramar lusitano... do brasil a timor, de macau à india... Na crisa do sol e da chuva, da lua e da brisa do mar, comungamos todos esse olhar sem fim de esperança na Humanidade... DESERDADOS DA FORTUNA... Refractários talvez... DESERTORES? NUNCA !!!
Antes que desapareçam todos os criminosos e todos os inocentes, há que ouvi-los, até ao último, heurística exaustiva, sem exclusões, para construir este trágico puzzle da História de Portugal, habituada a ser montada várias gerações após os acontecimentos. É que, só quando desaparecer a derradeira testemunha, nesse dia então chegará ao fim a Guerra Colonial.
Jorge Ribeiro Fevereiro / 2003
Retornados sic "Eram seres com as suas vidas desfeitas pela tal descolonização exemplar. Um deles tinha sido metido, na ilha do Sal, num avião, por militares revolucionários portugueses, e abandonado, horas depois, no aeroporto da Portela de Sacavém, com apenas vinte escudos nos bolsos e sem bagagem, pois não as tinha trazido, tal a pressa havida em despachá-lo para Portugal...Contava-nos esse dito funcionário, com raiva e resignação:Vi-me, de repente, em Lisboa, sem dinheiro nos bolsos, numa terra desconhecida, sem saber o que fazer da minha vida..." sic
LEÃO VERDE "É que tenho para mim, e comigo há-de morrer, a forte convicção que a verdadeira razão e os objectivos do 25 de Abril não foram os que nos impingiram no imediato e nos anos subsequentes, mas sim os que JAMAIS nesta geração serão contados. Terá que ser uma nova geração de investigadores da recente história contemporânea de Portugal, quando tiver acesso à diversa documentação oculta (se ainda existir) que irá escrever a verdadeira história, que irá desmontar a fraude do encaminhamento que foi dado à famosa “coluna da revolta dos capitães milicianos nas Caldas da Raínha em Março 1974”. Quando essa revelação acontecer já não haverá ninguém vivo para ser julgado. Mas far-se-á história. Pelo menos esse será o meu desejo, mesmo que "cá já não esteja". Assim, dentro deste contexto de ideias, de pensamento, e depois de ver lançamentos recentes sobre Angola, tais como “O Ultimo Ano em Luanda”, “Os Retornados”, "Angola - O Último Café", e outros, penso que tenho a bastante legitimidade, como testemunha ocular, de procurar transmitir um pouco do que vi, senti e vivi desde a entrada dos movimentos em Luanda, até ao dia 11 de Novembro de 1975."